Os ideais liberais entraram em Portugal, através dos estrangeirados, ou seja aqueles que vieram do estrangeiro com as novas ideias iluministas, dos exilados franceses que vieram para Portugal para fugir da Convenção, dos exilados portugueses, intelectuais radicais que estavam fugidos à perseguição do Pina Manique e dos membros da maçonaria (instituição secreta que teve um papel de relevo na divlgação do Liberalismo em Portugal).
Para além disso aconteceram algumas situações que puseram o povo português descontente, entre elas: o tratado de 1810, onde os portos do Brasil foram abertos ao mercado internacional, prejudicando a economia portuguesa e favorecendo outros países como Inglaterra, que sendo mais desenvolvidos conseguiam comercializar com preços mais baixos. A questão da ida da família real e da sua corte para o Brasil foi outra razão que conduziu ao descontentamento da população. Ficando no governo do reino os ingleses, que acabaram por prejudicar a população e a economia portuguesa. Este dois factos( ida do rei para o Brasil e a dominação inglesa em Portugal) aconteceram devido às invasões francesas de 1807a 1811, que devastaram e arruinaram a economia portuguesa ( agricultura, comércio e indústria).
Por tudo isto, gerou-se no país um clima favorável a conspirações.
Em 1817, no Porto foi formado o Sinédrio que tinha como objectivo atingir a revolução liberal. Esta revolta começou nesta cidade porque a maioria da burguesia ligada às novas ideias liberais sitava-se no Porto.
No mesmo ano, Gomes Freire de Andrade, liderou uma tentativa para mudar o regime, exigir o regresso do rei e expulsar os ingleses do nosso país. Esta tentativa não foi bem sucedida porque foram descobertos e os seus responsáveis foram presos e condenados à morte.
A 24 de Agosto de 1820, aproveitando a ausência de Beresford (general inglês nomeado por D. João VI como marechal do exército português, a quem foram concedidos grandes poderes para acabar com qualquer tipo de conspirações liberais), o Sinédrio fez despoletar (deu início), no Porto, à Revolução Liberal.
Rapidamente, a revolução se estendeu a Lisboa e ao resto do país. Os ingleses foram afastados do governo e os revolucionários criaram um governo provisório (Junta Provisional de Governo do Reino) que, de imediato, tomou medidas para resolver os problemas do reino.
Esta acção tinha o sentido de: terminar o domínio inglês, exigir o regresso do rei D.João VI a Portugal, consolidar o novo Governo através da diplomacia e principalmente organizar eleições para as Cortes Constituintes que iriam redigir a Constituição Portuguesa de 1822, que tinha como base a nova ideologia política (liberalismo).
Nesta Constituição estavam presentes o direito à liberdade, à segurança e à propriedade, também a igualdade perante a lei, a liberdade de pensamento, a soberania nacional, ou seja o poder estava no povo, a separação dos poderes e o direito ao voto. Estes eram alguns dos principios desta constituição.
D. João VI, com medo de ser afastado do trono pelas Cortes, voltou a Portugal em 1821 e em 1822 jurou (aceitou) a Constituição Portuguesa. Desta forma, Portugal passou de uma monarquia absoluta para uma monarquia liberal (ou constitucional).
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